Cobertura vacinal para poliomielite em menores de 4 anos entre 1994 e 2018 no Estado de Goiás

Autores

  • Vilson Rodrigues de Sousa Junior
  • Adriel Felipe de Rezende
  • Bárbara Messias Monteiro da Silva
  • Henrique Vieira dos Santos
  • Lorena Oliveira Carneiro
  • Daniel Barbosa de Oliveira Veloso

Palavras-chave:

Epidemiologia. Pediatria. cobertura vacinal. Poliomielite.

Resumo

Introdução: A vacina para poliomielite é realizada para evitar a paralisia infantil, doença causada pelo poliovírus. Esta é caracterizada por inflamação da substância cinzenta na medula espinhal, causando sintomas como deficiência motora e flacidez muscular. O principal grupo de risco são crianças de 0-4 anos de idade, que em sua totalidade devem ser vacinadas através de três doses, realizadas no segundo, quarto e sexto mês de vida. Objetivo: Descrever a cobertura vacinal (CV) para poliomielite em crianças menores de 4 anos, no Estado de Goiás, Brasil, entre 1994 e 2018. Material e método: Realizou-se um estudo analítico de caráter retrospectivo de dados da cobertura anual de imunizações contra Poliomielite em crianças menores de quatro anos no Estado de Goiás, no período de 1994 a 2018. Os números apresentados foram retirados da base de dados Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), com última atualização datada em 06 de junho de 2019. A estatística foi feita por meio de razão entre número de doses aplicadas e o número vacinados na população alvo. Não houve conflito de interesse na realização deste trabalho. Resultados: No ano de 1994, início da coleta de dados da cobertura vacinal no Estado de Goiás, constatouse vacinação de 37,28% da população alvo do ano em questão. Após isso, observou-se aumento sensível na cobertura nos dois anos seguintes (1995 – 85,64%; e 1996 – 82,35%), posterior declínio no ano de 1997 (68,33%) e novo aumento em 1998 (91,1%). Entre os anos 1999 a 2015, a cobertura vacinal manteve-se dentro da faixa adequada – acima de 95% da população-alvo –, variando entre 97,65% a 112,35%. No ano de 2016 (82,1%), 2017 (83,74%) e 2018, (84,15%) observou-se novamente queda mais acentuada de cobertura vacinal, aquém do valor esperado adequado à campanha. A cobertura vacinal acima de 100% da meta de crianças a serem vacinadas foi observada em 12 anos (2000, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013) dos 24 anos disponíveis na base de dados. Em última análise, a média de cobertura vacinal durante todo período avaliado em Goiás foi de 94,35%, valor ligeiramente abaixo meta percentual estabelecida. Conclusão: A partir da análise dos dados epidemiológicos se infere que a cobertura vacinal para Poliomielite em crianças menores de 4 anos, no Estado de Goiás, se manteve dentro da faixa adequada nos anos de 1999 a 2015, representando apenas 17 anos dentre um estudo referente a 24 anos. Ademais, somente 12 anos obtiveram uma cobertura vacinal superior a 100% da meta de crianças a serem vacinadas. Além disso, vale ressaltar que os anos mais recentes da pesquisa (2016, 2017 e 2018) demonstraram um decréscimo da cobertura vacinal. Diante do contexto apresentado, é possível pressupor uma queda desse índice por fatores variáveis como: falta de tempo, falsa segurança quanto a efetividade da vacina, desconhecimentos a respeito do programa vacinal, incongruência com o horário de funcionamento das salas de vacinas e o disponível pela população alvo e insuficiência de profissionais de saúde para atender a demanda. É perceptível a presença de vários possíveis fatores que poderiam estar interferindo no alcance da meta para a imunização para poliomielite, sendo necessárias pesquisas que levantem e confirmem as justificativas e, a partir disso, a construção de estratégias que possam contornar tais dificuldades

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Publicado

2020-02-13

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG