Perfil do acesso ao exame colpocitológico em mulheres do centrooestebrasileiro

Autores

  • Mariana Lima Silva
  • Lilian Cassia Cassia Gomes Cintra
  • Karine Alves Matos
  • Vanessa Lara Guimarães
  • Ana Luiza Pires Vidal
  • Danielle Brandão Nascimento

Palavras-chave:

Exame colpocitológico. Papanicolau. Neoplasias do colo.

Resumo

Introdução: O câncer (Ca) de colo de útero é a quarta neoplasia maligna mais prevalente em mulheres mundialmente, sendo o papiloma vírus humano (HPV) seu fator etiológico mais relevante. Sua incidência relaciona-se com o início precoce da atividade sexual, promiscuidade, baixo nível socioeconômico, desnutrição, uso de contraceptivos, imunossupressão pelo HIV e tabagismo. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico do acesso ao papanicolau para detecção precoce do Ca de colo uterino em mulheres residentes no centro-oeste, haja visto a grande incidência desse tipo de câncer na região. Material e método: Baseou-se em informações recolhidas no banco de dados SISCAN (sistema de informação do câncer), SISCOLO (sistema de informação do câncer de colo de útero), do atlas de câncer do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e nas estatísticas vitais do TABNET, além de artigos encontrados nos sistemas PubMed e MedLine. Resultados: O exame Papanicolau é a principal estratégia para detecção precoce de lesões precursoras e do câncer propriamente dito, aumentando, assim, a probabilidade de cura. O rastreio é realizado em mulheres entre 25 e 64 anos que já tiveram relações sexuais, a princípio de periodicidade anual, e, com dois resultados normais, de três em três anos. Devido à importância na prevenção, o exame preventivo ganhou maior destaque e, de 2014 a 2018, o número de mulheres que o realizaram cresceu mais que 37%, segundo dados do SISCAN. No entanto, mesmo que crescente, a realização do exame não tem abrangido apenas os principais grupos de risco nem a periodicidade recomendada: 20-25% da colpocitologia é realizada fora da faixa etária e 50% em intervalo não recomendado, segundo o INCA. Além disso, o acesso ao exame não é igualitário, apesar de ser gratuito e disponível nas unidades de saúde. Em 2018, das 544.836 mulheres que realizaram o exame, apenas 29.080 eram negras e 130 indígenas, sendo a maioria amarelas (178.851) e brancas (161.682). Em relação ao estado civil das mulheres que realizam o Papanicolau, nesse mesmo período, foi observada a taxa de 27,45% entre o total de mulheres casadas (43%) que nunca realizaram o exame preventivo. Para a classe separada ou desquitada judicialmente, a realização do exame há menos de um ano atrás se demonstrou efetivada em quase 100% das entrevistadas, dentre as 2,70% aproximadamente 2,40% foram acompanhadas pelo preventivo no último ano. Todavia, os números mais exorbitantes no contexto estado civil foram relacionados às solteiras. Do total, 63% afirmaram nunca ter realizado o Papanicolau mesmo após início da atividade sexual por um ano. Por fim, observase que mulheres pertencentes às faixas etárias mais jovens (25-34 anos) e às faixas etárias mais velhas (55-64 anos) abrangem o grupo de menor adesão ao exame de Papanicolau. Dados do SISCOLO de janeiro a outubro de 2015 revelam que no Centro-Oeste, de 81.893 exames realizados, somente 18.506 deles (22,5%) foram feitos em mulheres de 25 a 34 anos, e 10.060 (13%) em mulheres de 55 a 64 anos. Conclusão: O exame de rastreio do Ca de Colo é bem aceito entre as mulheres brasileiras. Observou-se que o acesso a esse exame é maior em mulheres amarelas e pardas, com 25 a 34 anos e solteiras. Assim, constitui um grupo de risco vulnerável aquelas que não se enquadram nessa classificação.

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Publicado

2020-02-13

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG