Perfil epidemiológico da sífilis congênita no estado de Goiás: 2007 a 2018

Autores

  • Victória Lima Lima Florentino Alves Ferreira
  • Ana Clara Tonelli Ursulino Borges
  • Mylena Jorge orge Alarcon Ribeiro
  • Marcelo Mota de Souza Duarte
  • Matheus Mendes Mendes de Souza
  • Renata Silva do Prato

Palavras-chave:

Sífilis Congênita. Cuidado PréNatal. Prevenção e Controle.

Resumo

Introdução: Sífilis congênita é uma patologia grave causada pelo Treponema pallidum, cuja incidência aumentou expressivamente nos últimos anos. Esta é de notificação compulsória desde 1986, já que tem como possíveis consequências óbito perinatal, natimortalidade, aborto espontâneo e possíveis agravos no desenvolvimento da criança. Objetivos: Traçar um perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita em Goiás, no período que compreende os anos entre os anos 2007 e 2018. Material e Métodos: O presente estudo é do tipo epidemiológico, descritivo e retrospectivo. Foram utilizados dados obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), abrangendo o período entre 2007 e 2018. As variáveis utilizadas foram: casos confirmados por ano, realização de pré-natal, evolução, faixa etária, tratamento do parceiro, ano do início do tratamento materno e casos confirmados de sífilis materna. Resultados: Identificou-se um total de 2982 casos de sífilis congênita entre 2007 e 2018. Desde 2010, as notificações aumentaram progressivamente, sem nenhum decréscimo, tendo um aumento de 586,4% da doença. Nos últimos onze anos, apesar de as notificações terem aumentado, o número de indivíduos tratados não foi equivalente, sendo significativamente inferior. Em 2018, houve um total de 508 casos notificados, com apenas 270 tratados. Além disso, 63,2% dos parceiros não foram tratados para sífilis. Embora 75,9% das gestantes terem realizado o pré-natal, 18% estavam descobertas pelo programa. Dado importante, pois a maioria dos casos são confirmados durante o pré-natal, sendo 54,7%, seguido de 25,7% no momento do parto ou curetagem e 14,4% após o parto. Durante a evolução da doença, 92,6% das crianças afetadas seguiram com vida pós-parto, porém a taxa de comorbidades referente à doença em questão é significativa, diminuindo a qualidade de vida de 2637 crianças, irreversivelmente. Houve evolução para óbito em 2,1% dos casos de sífilis congênita, e 1,1% por outras causas. Os casos confirmados por idade de sífilis congênita tiveram sua maioria, em até 6 dias de vida, um total de 2836 casos (95,1%), diminuindo conforme o aumento da idade. Conclusões: A sífilis congênita vem apresentando um aumento progressivo, e o seu tratamento não tem sido realizado de forma adequada. O pré-natal se faz importante, porém algumas gestantes não são atendidas e seus parceiros não tratados, demonstrando que o atendimento recebido pela gestante não garante, em muitos casos, o controle da sífilis congênita.

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Publicado

2020-02-16

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG