Aspectos epidemiológicos e análise espacial dos casos de geohelmintoses nos municípios do estado de Alagoas, Brasil

Autores

  • Donizete Ferreira de Sousa Junior
  • Vinícius Torquato
  • Bruno Ferreira Amorim
  • Paulo Vítor Pimental
  • Mariana de Rosário Souza
  • Márcio Bezerra Santos

Palavras-chave:

Epidemiologia. Análise Espacial. Ascaris lumbricoides. Trichuris trichiura. Ancilóstomo.

Resumo

Introdução: As enteroparasitoses são doenças causadas por parasitos que habitam o intestino do hospedeiro vertebrado e ainda representam um importante problema de saúde pública. Dentre as enteroparasitoses mais frequentes destacam-se aquelas causadas por geohelmintos. As geohelmintoses são doenças causadas por helmintos que realizam parte do ciclo biológicos no ambiente terrestre e podem causar danos em seus portadores como: obstrução intestinal, desnutrição, anemia, quadros de diarreia, retardo no desenvolvimento físico e mental, sobretudo em crianças. As espécies de geohelmintos mais prevalentes são Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e os Ancilostomídeos. No Brasil, alguns estudos envolvendo geoprocessamento foram realizados na tentativa de esclarecer as relações entre ocorrência de geohelmintoses e fatores socioambientais. Objetivo: Este estudo objetivou analisar os aspectos epidemiológicos e a distribuição espacial dos casos de geohelmintoses nos municípios do estado de Alagoas, entre os anos de 2002 e 2012. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo série temporal, com base em dados reportados pelo Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE). Os dados operacionais, epidemiológicos e de intensidade de transmissão, foram obtidos na base de dados do SISPCE e correspondem às seguintes variáveis: população trabalhada, população examinada, percentual de positivos para A. lumbricoides, T. trichiura e Ancilostomídeos. Os valores do PIB e os dados populacionais de cada município do estado foram obtidos na página do IBGE. Todas as análises estatísticas foram realizadas no GraphPad Prisma. Os mapas de distribuição espacial foram construídos e analisados no programa GIS TerraView. A análise espacial foi realizada utilizando o estimador de intensidade Kernel. Os mapas temáticos foram construídos levando-se em consideração a taxa de prevalência em cada município. Resultados: Foram observadas reduções expressivas nos percentuais de positivos para geohelmintos. Para Ascaris lumbricoides houve redução de 33,37% em 2002, para 12,09% em 2012, enquanto o percentual de positivos para Trichuris trichiura caiu de 19% em 2002, para 6,76% em 2012. O percentual de positivos para Ancilostomídeos também foi reduzido de 22,17% em 2002, para 8,99% em 2012. Conclusão: Os mapas de análise espacial mostraram que as principais áreas de risco para os Ascaris e Trichuris estão localizadas na região norte do litoral e próximo à foz do Rio São Francisco. No entanto, os mapas de distribuição espacial sobre Ancilostomídeos parecem destoar dos demais geohelmintos, com maior prevalência na região central do Agreste. Embora não tenha havido registro de casos de geohelmintoses nas cidades do sertão e alto sertão do estado de Alagoas, é importante ressaltar que essas cidades não foram cobertas pelo inquérito do PCE e, portanto, essa ausência de dados deve-se à subnotificação de casos

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Publicado

2020-02-16

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG