O crescimento nos casos de anorexia nervosa em adolescentes no Brasil

Autores

  • Yarla Resende Oliveira
  • Débora Teodoro Carrijo
  • Gabriela Borges Vieira
  • Maria José Alves Macedo
  • Mayra Fernandes Martins
  • Eriston Vieira Gomes

Palavras-chave:

anorexia nervosa. Adolescentes; Problemas psiquiátricos.

Resumo

Introdução: A busca pelo corpo perfeito está cada vez mais intensa e incentivada pela mídia, podendo gerar danos à saúde física e mental, principalmente de adolescentes. A anorexia nervosa é um dos principais transtornos psiquiátricos relacionados a essa cobrança estética social, sendo um distúrbio alimentar causado pelo excesso de preocupação com o corpo, que leva a pessoa a se enxergar acima do peso mesmo estando magra. Objetivo: Discutir a realidade da anorexia nervosa entre os adolescentes no Brasil, correlacionando com possíveis tratamentos. Material e método: Trata-se de um estudo epidemiológico sobre os casos de anorexia nervosa em adolescentes no Brasil através de uma Revisão Integrativa de Literatura. Os critérios utilizados na seleção dos artigos foram: trabalhos escritos em língua portuguesa, publicados entre 2000 a 2018 na plataforma de pesquisa Scielo por meio de descritores em ciência da saúde padronizados pela BIREME: anorexia nervosa; adolescentes; problemas psiquiátricos. Resultados: A anorexia nervosa acomete mais adolescentes de 15 a 18 anos, uma fase de intensas mudanças, afetando principalmente mulheres devido à cultura, ainda evidente, de modulação da conduta feminina. O alto índice de mortalidade corresponde à falta de visibilidade do problema no país, gerando escassez de políticas para auxiliar vítimas desse distúrbio, sendo as estimativas de mortalidade de 15% a 20% entre os pacientes diagnosticados tardiamente e quando não tratados. Além disso, os meios de comunicação e a mídia tem grande influência nessa preocupação com a imagem corporal, sendo um fator desencadeante para as mudanças bruscas nos hábitos de vida como exagerar nas atividades físicas, diminuir a alimentação, induzir o vômito, utilizar laxantes e diuréticos além do apelo aos procedimentos estéticos. A abordagem familiar é fundamental no tratamento da doença na adolescência, fazendo com que hábitos alimentares sejam regrados gradativamente, além de se evitar piora no quadro, pois o aumento do contato afetivo facilita a percepção de mudanças, buscando tratamento repentino. A psicoterapia é uma alternativa efetiva focada em auxiliar nas questões emocionais do paciente, além do tratamento psiquiátrico para avaliar a necessidade de medicamentos que melhorem o quadro de sintomas compulsivos, depressivos e de ansiedade. Esse assunto não deve ser um tabu e deve ser abordado em ambiente escolar, sendo discutido pedagogicamente, permitindo que os alunos tenham noção das causas, consequências e problemas advindos do distúrbio alimentar, ajudando estes a preveni-lo e a buscar ajuda. Conclusão: Diante do que foi evidenciado, nota-se a influência dos meios de comunicação e dos paradigmas sociais sobre a saúde dos adolescentes, urgindo intervenções nas escolas e programas de suporte alimentar, além de campanhas governamentais vinculadas à mídia para a desmistificação da idealização corporal. Além disso, o envolvimento familiar no ambiente escolar e nos programas faz com que estes estejam aptos a identificar comportamentos diferentes nos jovens, facilitando o diagnóstico precoce. O tratamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, envolvendo nutrólogos, psicólogos, psiquiatras e enfermeiros, sendo a internação necessária em casos extremos e na ausência de efetividade de outras intervenções, proporcionando uma melhora nos quadros de morbidade e mortalidade desse distúrbio.

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Publicado

2020-02-16

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG