O uso de protocolos eras para procedimentos analgésicos

Autores

  • Nathália Costa Coelho Braga
  • Radmila Ferreira Machado
  • Ana Flávia Cândido Barbosa
  • Daniel Benedito Martins Rocha
  • Thaís Alves Couto
  • João Baptista Carrijo

Palavras-chave:

Analgesia. Opioides. Não opioides. ERAS.

Resumo

Introdução: A dor tem implicâncias prejudiciais para a recuperação do paciente frente a sua patologia ou procedimento realizado. Nesse sentido, o uso de analgésicos opioides são os principais recursos utilizados nos pós-operatórios, porém eles acarretam consigo efeitos adversos e, consequentemente, prolongação do tempo de internação. Assim, o uso de medicamentos não opioides e multimodais vem sendo discutidos, visando reduzir os efeitos adversos relacionados ao uso de opioides por meio da implementação de protocolos de recuperação pós-operatória (ERAS). Objetivo: Conhecer o impacto e a importância do protocolo ERAS para procedimentos que envolvam a analgesia multimodais. Material e método: Realizada revisão de literatura, com buscas nas bases de dados Pubmed, Bireme e Lilacs. Foram utilizados como descritores: opioide-free, anestesia, analgesia, protocolos Definiu-se como critério de inclusão a relevância temática, artigos com o qualis Capes na plataforma Sucupira superior a B2 e/ou fator de impacto superior a três e publicação a partir do ano de 2016. Resultados: A implementação de protocolos de recuperação pós-operatória (ERAS) visa reduzir a dor pós-operatória, além dos efeitos adversos dos medicamentos opioides, que são os principais utilizados no período perioperatório e prevenir o uso crônico de opioides, por meio de uma analgesia multimodal e livre de opioides. Além disso, o uso de opioides pode levar à hiperalgesia, em que há o aumento da sensibilidade dolorosa e até mesmo à tolerância aguda, que faz o paciente requerer doses altas do opioide para conseguir o efeito analgésico. Nesse sentido, a implementação de ERAS torna-se de grande importância visando diminuir as complicações e morbidade pós-operatória e melhorar a recuperação e a qualidade de vida do paciente. Foi observado que o uso de anestesia livre de opioides aumentou de 17% no período pré-ERAS para 58% no período pós-ERAS, porém, a prescrição de opioides na alta hospitalar não teve diferença significativa após a implementação de ERAS, retratando, assim, que o comportamento do médico deve ser modificado na prescrição de opioides na alta hospitalar. Ademais, o uso de dexmedetomidina e clonidina, medicamentos não opioides e multimodais, mostrou redução do uso de morfina no pós-operatório de pessoas submetidas a cirurgia bariátrica. Além disto, foi concluído que os dois únicos preditores significativos de uma prescrição de opioide em cirurgias colorretais são o sexo feminino e os escores de dor moderada a grave antes da alta, isso porque mulheres são mais sensíveis à dor experimentalmente induzida, evidenciada por altos índices de dor e menor tolerância à dor. Conclusão: A implementação de ERAS é de suma importância para a diminuição da dor pós-operatória, redução dos efeitos adversos e do uso crônico de medicamentos opioides. Assim, o comportamento do médico deve ser modificado e atualizado para que a prescrição de opioides na alta seja reduzido, visto que a trajetória ERAS da instituição protocolar tem sucesso no manejo intra-hospitalar da dor, mas ele não consegue abordar o período crucial imediatamente ao redor das receitas de alta e de opioides.

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Publicado

2020-02-17

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG