O papel das estratégias multimodais na diminuição dos eventos adversos associados ao uso de opioide

Autores

  • Radmila Ferreira Monteiro
  • Ana Flávia Cândido Barbosa
  • Nathália Costa Colho Braga
  • Raphael Helvécio Carvalho de Oliveira Diniz
  • Carolina Bragança e Silva
  • João Baptista Carrijo

Palavras-chave:

Estratégias multimodais. Eventos adversos. recuperação pósCirúrgica. opioides.

Resumo

Introdução: desde a década de 1960, os opioides têm sido utilizados como medicamentos de referência em induções anestésicas, uma vez que permitem uma inibição do sistema simpático sem colapso cardiovascular e liberação de histamina. Contudo, recentemente, diversos estudos têm mostrado as consequências do uso exacerbado de opioides e a necessidade de estratégias multimodais com baixas (ou nenhuma) quantidades de opioides estão sendo exploradas e instituídas para um melhor bem-estar do paciente cirúrgico. Objetivo: Compreender os efeitos dos opioides sobre o paciente cirúrgico e os eventos adversos associados. Material e método: Trata-se de uma revisão de literatura integrativa, com buscas nas bases de dados Pubmed, Lilacs, Bireme e Google Scholar. Foram utilizados quatro descritores: anestesia, opioid-free, técnicas analgésicas e multimodal treatment. Definiu-se como critério de inclusão a relevância temática, artigos com qualis Capes na plataforma sucupira superior a B2 e/ou fator de impacto superior a três e publicação a partir do ano de 2016. Resultados: Os opioides, além da depressão respiratória intraoperatória, são responsáveis, na sua maioria, por afecções pós-operatórias, como hiperalgesia, indução de tolerância, isquemia intestinal e especificamente em pacientes geriátricos, o delirium e a disfunção cognitiva no momento pós-cirúrgico. Devido a isso, estratégias multimodais têm sido adotadas e apontam melhoras para os pacientes, não só na diminuição dos efeitos inerentes ao opioide, como na redução de náuseas e vômitos, além da diminuição do tempo de recuperação pós-cirúrgica e sua menor associação menores índices de mortalidade, melhor desfecho cardiopulmonar, renal, intestinal e neurológico quando comparado a infusão de agente único, além de uma extubação mais rápida e menor permanência em Unidades de Tratamento Intensivo. Conclusão: O uso de estratégias multimodais com baixos níveis ou sem opioides se mostrou eficaz em relação aos efeitos pós-operatórios. Além disso, essas estratégias também apresentaram eficiência igual ou melhor do que o uso de anestesia de infusão única com menor período de recuperação, menos reações adversas e melhor prognóstico para o paciente.

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Publicado

2020-02-19

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG