Efeitos biopsicossociais das cardiopatias congênitas

Autores

  • Júlia de Abreu Monteiro
  • Maria Eduarda Port
  • Mariana Evaristo Leite
  • Júlia Cândido Cândido Carvalho
  • Aline Otoni Mesquita
  • Aline de Araújo Freitas

Palavras-chave:

Anormalidades congênitas. Estresse psicológico. Assistência à saúde.

Resumo

Introdução: São definidas como cardiopatias congênitas todas as anomalias que atingem as estruturas cardíacas antes do nascimento. As malformações cardíacas congênitas apresentam amplo espectro clínico, com consequências variáveis e diferentes necessidades de intervenção. Além de sua importância clínica, a simbologia que o coração carrega geram fragilidades emocionais ainda mais acentuadas nas mães de portadores e, até mesmo prováveis dificuldades para a vinculação com o filho. Objetivo: Discorrer sobre o perfil clínicohospitalar das cardiopatias congênitas, e as consequentes repercussões emocionais de seus acompanhantes. Material e método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura a partir de 20 artigos redigidos em língua inglesa, portuguesa e espanhola, obtidos das bases de dados PubMed (Public Medline), Google Acadêmico, Scielo (Scientific Electronic Library Online), selecionados utilizando-se como descritores Ciências da Saúde (DeCS): “cardiopatias”; “congênita”; “triagem” e “neonatal”. Os artigos foram selecionados de acordo com critério de data de publicação, entre 2014 e 2019, e com temas relacionados ao objetivo do trabalho. Resultados: Após análise, os resultados indicam que os pacientes observados têm, em média, dois anos de idade, dos quais apenas 30% apresentam índices antropométricos normais. As cardiopatias congênitas mais frequentes são as acianóticas, porém sintomáticas e de diagnóstico mais difícil. Observou-se também uma alteração duas vezes maior nas funções executivas desses pacientes quando comparados aos do grupo controle. No que diz respeito ao perfil dos acompanhantes destas crianças, notou-se que a maioria eram mães, com trinta e três anos de idade em média, representando um total de 96,2%, percentual este justificado pela ainda existente associação da figura materna com a cura dos filhos. Por meio do Teste de Apercepção Temática foi observado nas gestantes, sentimentos de ineficiência no papel de mãe, idealização de uma família perfeita que supera os obstáculos, negação ou angústia sobre a possibilidade de morte no concepto. Conclusão: A partir da literatura analisada observouse que o perfil clínico dos pacientes diagnosticados com as cardiopatias congênitas se caracteriza por déficits antropométricos, com prevalência de doenças com perfil de dificuldade no diagnóstico. Além disso, identificou-se que a maioria dos acompanhantes eram mães e essas eram impactadas, devido ao cotidiano de hospitalizações sendo assim, muito presente os sentimentos de tristeza, medo, estresse e culpa, muitas vezes desencadeados por um sentimento de luto antecipado. Soma- se a essa situação a mudança no seu cotidiano, sendo que muitas deixam a sua rotina para viver inteiramente em prol de seus filhos. Dessa forma, o perfil socioeconômico da doença se torna relevante a partir do momento que essas mães se caracterizam por apresentarem situação econômica precária e serem a maioria de outros municípios, o que inviabiliza a visita de parentes, fazendo com que estas se sintam mais sozinhas e abandonadas. Consequentemente, observa-se a importância de uma ação multidisciplinar em prol de um diagnóstico precoce, mas também, de uma maior atenção aos acompanhantes, levando em consideração as suas demandas para uma melhor qualidade de vida

Downloads

Publicado

2020-02-19

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG