Câncer de mama: aspectos epidemiológicos da mortalidade em mulheres goianas fora do rastreamento preconizado pelo Ministério da Saúde

Autores

  • Karine Alves Matos
  • Núrya Patielly Texeira Oliveira
  • Camila Beraldo Negreiros
  • Rafaella Lorrayne Aquino Neto
  • Luiza Cividanis Homsi
  • Danielle Brandão Nascimento

Palavras-chave:

Neoplasia de mama. Mamografia. Diagnóstico precoce.

Resumo

Introdução: No Brasil, o câncer (Ca) de mama é a neoplasia mais incidente entre as mulheres e segunda causa de morte por Ca depois de Ca de pele não melanoma. A taxa de mortalidade apresenta um aumento progressivo no decorrer dos anos em todo o país, tornando este, um problema de saúde pública. As últimas estatísticas globais estimam 2,1 milhões de casos novos de Ca e 627 mil óbitos. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, para o ano de 2019 estima 59.700 novos casos (29,5% dos cânceres femininos). Esse aumento pode ser explicado pela dificuldade de prevenção primária, ou seja, eliminar fatores de riscos, e também ao diagnóstico e tratamento precoce. Fatores referentes ao conhecimento da doença e aos empecilhos no acesso aos métodos diagnósticos e tratamento otimizado, resultam na descoberta do Ca mais avançados, piorando o prognóstico. Entre os fatores de risco encontram-se as alterações nos hábitos reprodutivos, como o retardo à primeira gestação, e hábitos de vida, como sedentarismo e obesidade. Devido a alta taxa de mortalidade da doença ter estreita relação com o fato de que 60% dos casos são descobertos tardiamente, a realização da mamografia é vital para a diminuição de óbitos, já que permite a detecção de alterações mamárias antes mesmo que o paciente perceba a existência delas. Apesar da recomendação do Ministério da Saúde (MS) para que o exame seja realizado em mulheres de 50-69 anos, há evidências da redução da mortalidade quando o rastreio é iniciado precocemente, em mulheres entre 40-49 anos. Como a mamografia consegue detectar lesões subclínicas, ela é preferível ao exame clínico das mamas, já que garante um melhor prognóstico a paciente. Objetivo: Dado a importância do tema, relevante à saúde pública e possíveis agravos à população feminina, este trabalho objetivou descrever os aspectos epidemiológicos da mortalidade por câncer de mama em mulheres Goianas e de idade inferior a 49 anos entre 2007 e 2017. Material e Métodos: Consiste em uma revisão quantitativa realizada com base em dados obtidos no DATASUS utilizando a categoria CID-10: C50, no período entre 2007-2017 no estado de Goiás. Resultados: No período estudado foram confirmados 3664 óbitos por CM em Goiás, representando um aumento de 215% em relação a 2007. Os óbitos em mulheres abaixo de 49 anos totalizaram 28,11% do total. Conclusão: É imprescindível a importância do diagnóstico precoce para melhor prognóstico das mulheres com Ca de mama. O aumento da incidência desse Ca no estado de Goiás pode ter contribuição dos hábitos de vida adotados pela população, e também a mudanças no aspecto reprodutivo. A piora do prognóstico se faz em mulheres com diagnóstico tardio. Assim, é fundamental a realização não só do exame clínico das mamas, mas principalmente da mamografia com o objetivo de diminuir a mortalidade, visto a melhor sensibilidade desse exame. Os dados mostram um alarmante aumento dos óbitos relacionados ao Ca de mama no decorrer dos anos. Além disso, quase um terço das mulheres goianas que morreram decorrentes da neoplasia estava fora da faixa etária preconizada para rastreio. Logo, faz-se um alerta à atual recomendação do MS em relação a realização da mamografia em mulheres acima de 50 anos. A antecipação da idade de rastreio pode ser considerada fundamental, já que, ela parece ser benéfica para uma melhoria do prognóstico das mulheres com a doença, devido ao diagnóstico precoce.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG