Fatores de risco correlacionados com a depressão pós-parto

Autores

  • Giovanna Garcia Manso
  • Isabela Perin Sarmento
  • Kálita Oliveira Lisboa Oliveira Lisboa
  • Rebecca Perin Sarmento
  • Vitória Rezende Megale Bernardes
  • Danielle Brandão Nascimento2

Palavras-chave:

Puerpério. Depressão pós-parto. Gestação. Fatores de risco.

Resumo

Introdução: Desde a gravidez até o puerpério a mulher sofre mudanças psicológicas, familiares, sociais, hormonais e físicas. Tal sobrecarga no âmbito biopsicossocial culmina no aparecimento de transtornos psicopatológicos: melancolia da maternidade (baby blues), depressão pós-parto (DPP) e psicose puerperal. Os principais sintomas da DPP são anedonia, mudança de apetite, alteração no padrão de sono, agitação ou retardo psicomotor, perda de concentração e sentimentos de desvalia ou culpa. Tem-se como objetivo analisar a epidemiologia, fisiopatologia e fatores de risco da DPP, uma vez que o panorama brasileiro se mostra elevado em relação à média mundial. Objetivo:O presente trabalho tem como objetivo identificar os fatores que corroboram para o aparecimento da depressão pós parto, afim de combatê-los e se ter uma melhor gestação e puerpério. Material e método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Para este fim,foi feita uma coleção de informações contidas em 20 artigos. Estes foram selecionados a partir de bancos de dados como SciELO e PubMed. Ao finalizar as pesquisas em cada base, as referências duplicadas foram excluídas. Dessa forma, elegeram-se artigos publicados entre 2014 e 2019, nos idiomas inglês ou português. Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “depressão pós-parto”, “epidemiologia” e “fatores de risco”. . Resultados: Foi constatado que 40% das puérperas entrevistadas alegaram histórias de depressão na família, e que 30% informaram sentimentos de angústia nos últimos três meses de gestação. Foram ainda delineadas as influências do uso de cigarro durante o período gestacional (aumento do risco em 26%) e a ocorrência de eventos mórbidos (necessidade e quantidade de internações e de morbidades). A paciente que apresenta uma enfermidade tem risco aumentado em 55%, enquanto aquela gestante que sofre de duas ou mais patologias têm risco elevado em 127%, demonstrando a evolução linear do risco associado. A presença de dor em mulheres no período gravídico também é apontada como um fator de risco. Além disso, configuram-se como fatores de risco para desenvolvimento de depressão pós-parto, alguns aspectos relacionados ao afeto presente na díade mãe-bebê às duas semanas de puerpério. Podem ser citados, por exemplo, os níveis baixos de afeto positivo após o nascimento, níveis mais altos de afeto negativo e ainda altos níveis de traumas passados. Entretanto, quadros de depressão recente não foram enquadrados como preditivos de sintomas de DPP. Outro fator importante verificado no trabalho foi a amamentação, é comprovado que as mulheres que não amamentaram seus filhos têm maior chance de apresentar depressão nos dois meses de pós-parto, visto que A manifestação depressiva afeta a autoestima materna culminando na falta de confiança para amamentar. Desta forma, a saúde mental materna afeta diretamente sobre o desmame precoce. Conclusão:Diante dos fatores de risco e da epidemiologia apresentada nesta pesquisa, é importante que novas ações sejam planejadas para a rede de atenção às gestantes, com a finalidade de melhorar não apenas o atendimento médico, mas também considerando uma melhor qualidade de vida para essas mulheres e suas crianças. Sendo assim, é necessária que haja a averiguação dos fatores de risco que influenciam diretamente tanto os índices de incidência quanto os de prevalência de depressão pós-parto.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG