Legado e contribuições de Sir Harold Gillies para a cirurgia plástica moderna

Autores

  • João Paulo Frota Damasio
  • Victoria Malzoni Dias Porto
  • Marcela Moreira Ribeiro
  • Vitor Coletty dos Santos
  • Mucio João Porto

Palavras-chave:

Cirurgia plástica. História da medicina. Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos.

Resumo

Introdução: Em meio a primeira guerra mundial, surgiu o interesse do neozelandês Harold Gillies pela prática da reconstrução de lesões craniofaciais. Tendo formação em otorrinolaringologia, Gillies aprimorou sua técnica ao longo dos anos, tornando-se um dos patronos da cirurgia plástica moderna. Objetivo: Conhecer Sir Harold Gillies e seu pioneirismo na cirurgia plástica, auxiliando na consolidação desta como uma especialidade médica. Material e método: Realizou-se busca e seleção de artigos nas bases de dados PubMed, Scielo e Medline, utilizandose os termos “Harold Gillies” e “Pioneirismo na cirurgia plástica reconstrutiva”, em português, inglês e francês. Resultados: Nascido em 1882 na Nova Zelândia, Harold Gillies recebeu sua educação primeiramente no Wanganui College, ainda em seu país natal. Posteriormente cursou medicina em Cambridge, na Inglaterra, onde obteve seu bacharelado. Em 1906, concluiu sua especialização em otorrinolaringologia no Saint Bartholomew’s Hospital e 4 anos depois tornouse membro do Royal College of Surgeons. No início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, trabalhou no Royal Army Medical Corps e no ano seguinte voluntariou-se pela Cruz Vermelha na França. Lá conheceu o odontologista Charles Valadier, e ao vê-lo tratar de lesões de mandíbula, teve interesse no que viria a ser a especialidade de cirurgia plástica. Estimulado pela abordagem de Veladier nas lesões de face, Harold escolheu acompanhar Hypolite Morestin, que performava as mais avançadas cirurgias reconstrutivas da época no Hôpital Val de Grâce, em Paris. Em 1917, Sir Harold Gillies descreveu uma série de casos em que ele utilizou o músculo temporal como retalho de transposição para a reconstituição de deformidades oriundas da perda do osso zigomático, técnica que foi base para a posterior reconstrução de órbita ocular. Ao final da Primeira Guerra Mundial, o trabalho de Gillies influenciou a técnica e os avanços cirúrgicos em espectro global: a criação da cirurgia plástica e bucomaxilofacial nos Estados Unidos da América, por Vilray Blair, a invenção da intubação nasotraqueal por dois anestesiologistas que o acompanhavam, Stanley Rowbothan e Ivan McGill, e instituiu técnicas para prevenir abcessos cerebrais formados a partir de lesões craniofaciais. Em 1930, Gillies foi condecorado com o título de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico (Sir). Conclusão: Sir Harold Gillies foi agente ativo na constituição da técnica de rinoplastia, descrevendo copiosos relatos de sua prática. Descreveu também o uso de retalhos pediculados diretos, comparando-os aos retalhos tubulados, até então os mais utilizados. Realizou grandes avanços no tratamento de fendas palatinas, tanto as congênitas, quanto as adquiridas, nos casos de trauma. Além disso, foi pioneiro na prática de redesignação sexual, realizando a primeira cirurgia de transição de feminino para masculino, obtendo êxito. Em 1947, Harold Gillies foi escolhido para ser o primeiro presidente da British Association of Plastic Surgeons

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG