Epidemiologia e fatores de risco do câncer de mama masculino

Autores

  • Gabriela Arantes Araujo
  • Karoline Mariane Julião
  • Mariana Evaristo Leite
  • Rafael Jabbar
  • Rafaella Lorrayne Aquino Neto
  • Aline de Araújo Freitas

Palavras-chave:

Câncer de mama, Masculino, Fisiopatologia, Fatores de risco

Resumo

Em relação ao câncer de mama, observa-se a raridade do diagnóstico em homens – com menos de 6 casos por 100.000 pessoas por ano. Embora represente menos de 1% de todos os cânceres de mama no mundo, nota-se que nos últimos anos a incidência no sexo masculino está aumentando. O objetivo do estudo foi descrever a epidemiologia e os fatores de risco do câncer de mama masculino. O estudo consiste em uma revisão integrativa realizada a partir de 20 artigos, do período de 2015 a 2019, obtidos das bases de dados do PubMed, Scielo e Google Acadêmico utilizando como descritores “male breast”, “cancer”, “epidemiology”, “risk factors”. Em relação a epidemiologia os estudos mostraram que no período de 2009 a 2013 houve um total de 2639 internações por câncer de mama masculino, enquanto que o número de óbitos foi 749 de 2005 a 2015, sendo a região Sudeste a mais acometida. A faixa etária de maior incidência é de 60 anos ou mais. As pesquisas demostraram que o avançar da idade, presença de genes específicos, obesidade e síndrome metabólica associada, alterações do cariótipo como a síndrome de Klinefelter, distúrbios hormonais, danos hepáticos e fatores ambientais tais como a radioterapia, uso de maconha, doenças da tireoide e medicamentos predispõem o desenvolvimento da neoplasia. Observaram que esses fatores de risco quando associados aumentam a probabilidade da ocorrência de câncer de mama masculino. Entretanto, esses dados são negligenciados pelo paciente e pelo sistema de saúde. Essa realidade ocorre por ser uma doença rara e pelos fatores socioculturais. Dessa maneira, os diagnósticos são tardios e a probabilidade de cura é diminuída. Portanto, é preciso romper com o pensamento de invulnerabilidade masculina, uma vez que são indivíduos passíveis de adoecimento e carecem de um atendimento integral.

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Publicado

2019-07-03

Edição

Seção

RESUMOS - Educação em Saúde